Presença também é um presente
Mas o quanto as suas escolhas têm honrado o amor que você deseja viver?
Nas últimas semanas, o tão esperado por uns (e tão temido por outros) Dia dos Namorados invadiu o consultório.
E eu, confesso, também fui atravessada.
Talvez porque, depois de oito anos vivendo essa data acompanhada, este ano ela chegou de um jeito diferente por aqui.
Entre escutas e silêncios, me peguei refletindo sobre o que essa data realmente significa.
Especialmente porque acredito que datas comemorativas carregam, ou ao menos podem carregar, um valor simbólico importante: o da intencionalidade.
Sim, aquela velha conhecida que costumo reforçar tanto nas sessões — e que, muitas vezes, nos escapa quando a vida entra no modo automático.
Vivemos em um tempo que nos convida à pressa, ao descarte, à crença de que não vale a pena investir demais, porque “há muitas opções por aí”.
Somos constantemente tentados a medir relações pela sua funcionalidade, pelo desempenho, pelo que se recebe em troca.
E, nesse ritmo, acabamos fechando portas que talvez merecessem mais da nossa atenção.
Mais da nossa escolha.
Para quem está em uma relação, o Dia dos Namorados pode ser um lembrete importante:
que tipo de relação se deseja viver?
as ações do cotidiano estão realmente a serviço disso?
A questão não é idealizar o amor.
Nem fingir que dá pra viver a dois sem tropeços, pausas ou dúvidas.
Mas reconhecer que uma relação significativa exige presença.
Exige intenção.
E, muitas vezes, a coragem de se observar com honestidade.
Quer um exemplo simples?
A vontade de ter conversas profundas, mas a dificuldade de largar o celular no fim do dia.
O desejo de se sentir mais próximo, mas o receio de se vulnerabilizar.
Desejar algo bonito é fácil.
Difícil é bancar, com gestos reais, aquilo que esse desejo pede.
Mas é possível começar pequeno — com escolhas que fazem sentido.
Neste ano, talvez o maior gesto de amor seja esse:
se perguntar, com verdade, o que está sendo construído na relação.
E o quanto as atitudes de hoje estão alinhadas ao futuro que se deseja viver — a dois ou consigo mesma.
Porque amar com intenção é alinhar sonho e prática.
Desejo e disposição.
Presença e escolha.
E talvez essa seja a parte mais bonita de tudo isso.
💌 Se essa leitura fez sentido para você…
Talvez seja um bom momento para observar — com carinho e coragem — o que vem sendo construído aí dentro e aí fora.
E se sentir que esse é um tema que merece mais espaço, o consultório está aberto para essa conversa.
Com afeto,
Ana